quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Lament of Innocence

Deixo aqui o ultimo relato, farto e cansado escrevo... O caminho pelo deserto foi iniciado, não há uma sombra que me puxe novamente para os elísios, há apenas o sol calcinante e duro sobre os ombros, o manto rasgado levando a espada da convicção de meu irmão e meu livro de verdades eu a passos lentos caminho com sede, fome, solidão, desespero, agonia e sofrimento diante de um futuro incerto onde talvez, talvez haja alguma esperança até que eu me deparei com um oásis, um oásis coberto de verde e de harmonia, onde pude descansar por um período, onde eu não mais fugiria e eu aceitaria aquele lugar como meu lar, mas o sol, ah o sol, calcinou novamente sobre minha cabeça e de repente eu estava na beira do meu próprio abismo profundo e vazio, aguardando para me jogar nele, ou que o destino me empurrasse de forma gentil rumo ao infinito. Mas quando me dei conta, eu percebi o mundo em que eu estava vivendo, contemplando a infinitude, e comecei a pensar no que aconteceria, se eu cruzasse essa linha tênue, onde eu poderia ser e fazer o eu quisesse da forma que eu quisesse, então...o abismo começou a ser preenchido com meus pensamentos e se tornou tão pequeno que logo aquilo não significava mais nada pra mim. Então neste dia, eu me abdiquei da humanidade que ainda restava em mim, não de ser cruel, mas de não fazer mais parte desse universo, não porque ele é complicado, e sim por ele ser infinito, e sendo infinito, eu poderia caminhar e desfrutar dele, pois não há nada que pode impedir isso, em nenhum momento.Pensei no meu futuro, e vi as coisas boas que eu poderia fazer, família, sucesso e amigos... todos os desejos mais puros, porém, logo depois eu pensei que isso tudo não possuía sentido algum, para alguém que já não se importa. O mundo se tornou tão pequeno, e o que preenche ele...se tornou mais ainda. Mas eu não me esqueci do que sou e do que sou feito e os meus limites, por isso em breves momentos eu me encaixo nesse universo e consigo sentir coisas boas e ruins, pois infelizmente eu necessito, assim como todo o ser humano. Mas minha mente e espírito não fazem mais parte daqui. Depois deste dia o mundo é apenas o mundo, e eu apenas faço parte dele. Não quero família, sucesso ou amigos, pois pra mim nada mais possui um nome ou conceito, tudo é apenas um universo, e eu apenas contemplo e me desfruto do mesmo, não seguir mais padrões ou fazer parte deles. Eu apenas me sinto bem em pensar que tudo é infinito, em suas complexidades ou simplificações. Eu ainda sou jovem, e vou poder desbravar muitos outros universos, mas no momento...quero apenas caminhar em meio ao cosmos e aceita-lo.

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